• Igaporã: Após cinco anos, acusado da morte de Deusdete Filho está em liberdade e aguarda julgamento

    Foto: Arquivo | Sudoeste Bahia Foto: Arquivo | Sudoeste Bahia
    Por Marcos Oliveira & Vilson Nunes

    22/07/2016 - 06:30


    SUDOESTE DA BAHIA

    Deusdete Gomes Ribeiro Filho, ex-secretário do Colégio da Comunidade de Gameleira, no município de Igaporã, sudoeste da Bahia, morreu vítima de uma armadilha no dia 20 de julho de 2011, na época, com 29 anos de idade. Na ocasião do crime, ‘Dé’, como era conhecido carinhosamente pela população, saiu de sua residência a bordo de uma motocicleta para jogar bola na quadra do referido colégio, passando por uma estrada vicinal, quando foi surpreendido por um arame esticado entre uma pequena árvore e um esticador. Não houve tempo para que ele percebesse a armadilha. Ele foi atingido no pescoço pelo arame e morreu no local. O corpo da vítima só foi encontrado horas depois por familiares, que foram a sua procura, ao estranhar a demora em retornar a casa. As polícias Civil e Militar foram acionadas, mas não havia informações sobre o que poderia ter causado a morte, até que a equipe de perícia localizou o arame. Porém, não havia sinais do autor do crime e tampouco, qual seria a motivação da armadilha. 

    Foto: Arquivo | Sudoeste Bahia
    Foto: Arquivo | Sudoeste Bahia

    O crime chocou a população e muitos ficaram com medo de sair de suas residências diante do mistério na morte de Deusdete. No dia 2 de agosto de 2011, a população de Igaporã realizou um protesto pelas ruas da cidade, parando em frente à delegacia com gritos pedindo paz e justiça. Apareceu então o suspeito Joventino Rocha Ribeiro Neto, que negou participação no crime, mas dias depois a seu depoimento na delegacia tentou suicídio com um disparo de espingarda tipo chumbeira em direção a sua cabeça, mas foi atingido de raspão. Joventino foi aluno de Deusdete no EJA e se tornou suspeito porque, quando professor, a vítima deu carona a uma mulher, e o acusado não gostou da atitude, tendo em vista que o mesmo tinha interesse na mulher e não aprovou, a partir desse momento passou a tomar desgosto e ódio pela vítima. No dia 29 de agosto de 2011 foi cumprido o mandado de prisão temporária pelo delegado Dr. Clécio Magalhães em desfavor de Joventino. No dia 20 de Setembro de 2011 a Justiça decretou a prisão preventiva do acusado. Joventino inicialmente negou a autoria do crime, mas acabou confessando após ser preso, “Ele negava, mas uns cinco, seis dias depois da prisão acabou confessando que armou a armadilha para o professor”, disse o delegado Clécio Magalhães, que foi o responsável pela investigação. 

    Foto: Arquivo | Sudoeste Bahia
    Foto: Arquivo | Sudoeste Bahia

    Ainda segundo a polícia, a intenção do criminoso era fazer com que a situação fosse confundida com um acidente, mas não demorou para a investigação apontar que a armadilha foi colocada ali especificamente para atingir Deusdete. O julgamento do acusado foi marcado duas vezes, porém cancelado. A defesa entrou com um pedido de desaforamento, alegando o clamor popular na cidade de Igaporã, sendo este deferido pelo Tribunal de Justiça, encaminhando os autos do processo para a cidade de Riacho de Santana, onde começou a ser realizado o Júri Popular no dia 26 de março de 2014, sendo este suspenso de ofício pelo Juiz, em virtude de alegação de insanidade mental do acusado. Após passar quase 3 anos preso, o acusado teve o pedido de liberdade provisória concedido. Foi realizado a perícia para que se constatasse a insanidade ou não, e após o resultado ser encaminhado depois de longa espera, o novo Júri ainda não foi marcado por morosidade da Justiça. A sociedade cobra que o caso tenha o julgamento realizado, com condenação justa e necessária, diante da perda de uma pessoa tão querida e de maneira fútil.

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